Segundo
Fidalgo, Patrícia (2009), as TIC, mais concretamente as Tecnologias de
Informação e Comunicação são um conjunto de ferramentas que poderão ser
utilizadas em contexto de sala de aula que proporcionam
uma maior variedade de estratégias de leccionação e envolvem os discentes num
processo que já não se quer de aprendizagem passiva mas antes construtiva levando-os a construir o seu próprio
conhecimento ou saber de forma individual. O
aluno é assim encarado como co-produtor do processo de ensino.
Em contrapartida estes instrumentos de ensino são algo relativamente recentes,
que surgiram no século XIX em consequência da Educação em massa e das grandes
necessidades geradas pela Sociedade Industrial da época. Deste modo, o seu
crescimento tem sido bastante acentuado e as necessidades passaram a centrar-se
na obtenção de trabalhadores
do saber (Dias de Figueiredo,
António (2000) p.1), deixando-se de isolar as crianças da sociedade, e passando
a haver uma preocupação com a construção do seu saber e de atividades sociais que
promovam a integração.
Por
consequência foi necessário a criação de metodologias de ensino que integrassem
este novo instrumento de ensino e consequentemente integrasse os professores
que até então estavam habituados a instrumentos de trabalhos tradicionais, havendo
assim atitudes de resistência
à utilização, seja por dificuldades
na sua utilização, seja porque a sua utilização obrigaria a reformular
conteúdos, estratégias e materiais didácticos há muito utilizados, seja pela
falta de recursos que ainda prevalece nas escolas (Paz, João (2008) p.1) tradicionais.
A
sua integração teria assim como principal objetivo a melhoria da qualidade de
ensino dos alunos proporcionando-lhes uma auto-construção do seu conhecimento
não só individual, mas também coletivo explorando conteúdos em contextos de
interação e atividade. Deste modo, os novos media tornaram possível novos contextos
sociais e culturais de aprendizagem, que nunca tinham existido. (Dias de Figueiredo, António
(2000) p.2).
A
integração dos alunos foi algo “fácil” pois à medida que as gerações se
aproximam da atualidade, mais é o seu contacto com as tecnologias desde
bastante cedo, sendo estes cada vez mais responsáveis pela construção autónoma
do seu saber e podendo até auxiliar as gerações mais velhas que apresentem
dificuldades na sua utilização como é o caso dos pais e até professores.
Deste
modo, foram criadas plataformas
online (e.g. Moodle), os quadros interactivos, os projectores de vídeo, a
televisão, a Internet entre tantos outros recursos, que permitiram um envolvimento
bastante positivo de todos os intervenientes num processo de ensino e
aprendizagem que como sabemos foi bastante alterado pelo Tratado de Bolonha.
( Fidalgo, Patrícia (2009) p.1)
Do
nosso ponto de vista, a integração das TIC no processo ensino-aprendizagem
apresenta os dois versos da moeda, isto é, tanto pode ser uma necessidade como
uma opção dependendo de diversos fatores, tais como o estabelecimento de ensino
e os docentes que leccionam no mesmo, que por vezes não tem qualquer tipo de
conhecimentos de utilização deste materiais.
No
entanto, a nosso ver, maioritariamente foi e é uma necessidade de integração
pois as novas tecnologias passaram a estar muito presentes na vida, tanto das
crianças como de toda a comunidade, obrigando a uma reestruturação de métodos
de ensino por parte da comunidade educativa, devido ao seu crescimento tão
rápido, o que do nosso ponto de vista foi bastante positivo, pois vieram trazer
uma vertente mais lúdica e dinâmicas à sala de aula e acabar um pouco com a
monotonia das aulas e o debitar de matéria sem qualquer tipo de interação,
atividade e discussão não só entre alunos mas também entre alunos e professores
uma vez que antigamente o contacto aluno/professor era quase nulo não havendo
praticamente interação e muito menos partilha de ideias ou opiniões entre os
mesmos.
Por consequência, pensamos que passaram a existir não só ambientes de
aprendizagem individual e coletiva muito mais ricos e desafiantes, como também
a oportunidade de serem as crianças a construir o seu conhecimento devido à sua
curiosidade em explorar este novo mundo que veio promover novas aprendizagens,
sendo que é necessária uma adaptação a este novo mundo, pois a educação, como actividade
sócio-comunitária que é, terá de se reconfigurar para se adaptar a um mundo
denso de informação, multicultural, globalizado, veloz e ainda “numa economia
sedenta de formas de aprendizagem ao longo da vida” (Carneiro, 1997 in Botelho, Fernanda
(2005) p.1) .
Contudo,
como refere (Paz, João
(2008), e concordamos plenamente as
novas tecnologias não são uma pedra filosofal para o sucesso educativo,
isto é, o ensino-aprendizagem não depende apenas das novas tecnologias, sendo
que, estas também apresentam as suas fragilidades, inconvenientes e também a
existência de “velhos” métodos que esta ferramenta não substitui e que são
fundamentais na educação, sendo esta a razão pela qual afirmamos que por vezes
poderá ser uma opção do docente consoante o que este considerar mais eficaz
para os seus alunos tendo em conta o seu desenvolvimento.
Bibliografia
BOTELHO,
Fernanda (2005). “Globalização e cidadania: reflexões soltas”.
BOTELHO,
Fernanda (2006). “Textos e literacias …”
DIAS
DE FIGUEIREDO, António (2000). "Novos media e nova aprendizagem"
FIDALGO,
Patrícia (2009). “O Ensino e as Tecnologias da Informação e Comunicação"
PAZ,
João (2008). “Educação e Novas Tecnologias”
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